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Câncer de Mama: Qual o tratamento?

Tenho câncer de mama e agora? Qual deve ser o tratamento que devo fazer?

Quando o câncer está localizado apenas na mama e linfonodos (ínguas), o tratamento padrão inclui Cirurgia e pode incluir também Quimioterapia, Terapia-alvo Moleculares, Hormonioterapia (também chamada de endocrinoterapia), Radioterapia e Bifosfonatos.

  • Cirurgia:
    • Mama
      • Retirada total da mama (mastectomia). A mastectomia pode retirar completamente a mama ou poupar o mamilo e a pele da mama, o que facilita a cirurgia de reconstrução mamária depois.
      • Retirada de parte da mama (setorectomia é a cirurgia mais comum).
    • Linfonodos (ínguas, gânglios) - Um dos fatores mais decisivos para determinar o tratamento e avaliar o prognóstico (resultados a longo prazo) do câncer de mama é observar se existem células de câncer nos linfonodos regionais. Uma das formas de identificar esses linfonodos é através da biópsia de linfonodo sentinela.
      • Biópsia de linfonodo sentinela (BLS): pode ser feita no momento da cirurgia da mama ou separadamente. Consiste na injeção de um marcador (corante ou radiomarcador) na mama e, algumas horas depois, é identificado a primeiro linfonodo que capta esse material. Então, é realizada a retirada cirúrgica desse linfonodo e uma avaliação no microscópio. Caso seja confirmado o envolvimento pelo câncer, pode ser indicado complementar com cirurgia de esvaziamento axilar ou radioterapia.
      • Cirurgia de esvaziamento axilar (linfadenectomia): é uma cirurgia mais invasiva, onde são retiradas praticamente todos os linfonodos da axila (mais comumente entre 10-20). É indicada quando esses linfonodos estão acometidos por câncer, podendo ser evitada, caso o acometimento seja pouco extenso. Tem um risco maior risco de causar edema (inchaço) no braço, dor e infecções.

  • Quimioterapia:
    • É indicada no caso de tumores com maior risco de recidiva, ou seja, que apresentam uma biologia mais agressiva, mais volumosos ou com acometimento de linfonodos. Para avaliar esse risco, podem ser utilizados dados da patologia (biópsia), imuno-histoquímica e ainda testes moleculares.
    • Administrada antes (neoadjuvante) ou depois da cirurgia (adjuvante). Em alguns casos, pode ser indicado antes e depois, caso o tumor não tenha reduzido o suficiente.
    • Consiste na aplicação de medicações geralmente por via endovenosa que causam a morte de células do câncer em todo o organismo. Podem causar mais frequentemente como efeitos colaterais: alopécia (queda do cabelo), náuseas e vômitos, cansaço, alteração das unhas, feridas na boca, queda transitória da imunidade e parestesias (formigamento nas mãos e pés). É importante destacar que os efeitos colaterais costumam ser transitórios.
    • Ajudar a reduzir o tamanho do tumor, permitindo cirurgias menos agressivas e pode ajudar a prevenir o tumor de voltar (recidiva) em até um 1/3 dos casos em 10 anos.

  • Terapias-alvo moleculares:
    • Nos casos de tumores HER2 positivos, na ampla maioria dos casos, é indicado o tratamento com drogas-alvo anti-HER2 (trastuzumabe, pertuzumabe e trastuzumabe emtansine -TDM1).
    • Dependendo do volume tumoral e da resposta ao tratamento antes da cirurgia, podem ser indicado um ou outro tratamento combinado ou não a quimioterapia.
    • São endovenosos, e atualmente, existem algumas formulações subcutâneas.
    • Entre os efeitos colaterais podemos destacar o risco de declínio da função cardíaca que deve ser monitorado durante o tratamento e geralmente retorna ao basal com a sua suspensão.
    • O benefício desses tratamentos tem revolucionado a história de um subtipo de câncer de mama com biologia tumoral bastante agressiva.

  • Radioterapia:
    • Consiste no uso de radiação ionizante para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas. É indicado nos casos em que é realizada cirurgia de parte da mama ou quando é retirada toda a mama e o tumor é muito volumoso ou acomete linfonodos.
    • Geralmente é realizada a radioterapia externa ou convencional, que consiste em aplicações de radiação em doses fracionadas ao longo de vários dias. Cada aplicação é bem rápida (como se fosse realizar um raioX) e a paciente não sente nada durante a aplicação. Alguns dias após pode sentir uma queimação na pele (parecida com uma queimadura de sol). Atenção para não usar cremes sem orientação do médico radioterapeuta, pois muitos cremes podem agravar o quadro.
    • Esse é um tratamento também muito importante e pode reduzir em até 50% o risco do câncer retornar na mama.

  • Hormonioterapia:
    • É indicada de forma adjuvante para todos os câncer de mama que apresentarem receptores para hormônio (estrogênio e/ou progesterona). Em alguns casos, pode ser realizada antes da cirurgia.
    • Quando há necessidade de quimioterapia, esse tratamento inicia-se após o término dessa.
    • É capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama em 1/3 em 15 anos.
    • Administrado por via oral e pode ser tomado por 5 a 10 anos, conforme o risco de recidiva da doença e a tolerância da paciente. Existem vários, entre eles tamoxifeno, letrozol, anastrazol.
    • Dentre os efeitos colaterais podemos destacar aqueles típicos da menopausa como calorões (fogachos), perda de massa óssea, secura vaginal, alterações de humor e memória e redução do libido, além disso pode causar dores articulares e trombose. Apesar do potencial de causar esses efeitos, costuma ser muito bem tolerado pela maioria das pacientes.
    • Em pacientes que não estão na menopausa e possuem uma doença com biologia mais agressiva, pode ser indicado o tratamento com bloqueio ovariano. Esse pode ser feito por cirurgia (retirada dos ovários) ou por medicações injetáveis mensais. O objetivo é o de suprimir ainda mais os níveis hormonais em paciente com maior risco.

  • Bifosfonatos:
    • São indicados em pacientes na menopausa (natural ou secundária ao bloqueio ovariano) com o objetivo de reduzir perda de massa óssea e também reduzir risco de recidiva e morte pela neoplasia.
    • É aplicado de forma injetável a cada 3-6 meses.
    • É importante fazer uma avaliação odontológica antes de iniciar esse tratamento, pois um dos potenciais efeitos colaterais (embora bastante raro) é a osteonecrose da mandíbula que ocorre principalmente quando há infecção de dente ou gengiva.

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